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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fim do trabalho defensivo dos bichos






Há agora um campo protegido por uma lua morna e suave atingida pelos últimos raios do poente, incógnita no seu nascer de que côr?... Branca, vermelha, rosa, lilás ou amarelada. Fosse qual fosse a cor escolhida mais animais vieram abençoando aquele diferente refúgio , lugar ladeado por silvas com amoras e outras bagas de várias cores e tamanhos.
A travessia do seu muro de espinhos e fortaleza de porte era de insustentável,rompimento, quase que para a mais pequena aranha; essas das imprevísiveis manhas e malhas sedutoras. Assim se constroem labirintos sem que o Homem os aprenda. Assim aconteceu a Minos (ou Minotauro) o por quem Europa se apaixonou. Os matos, apenas permitiam grandes saltos em vôo, ou grandes galerias subterrâneas supostamente iguais à ignorancia do tiro certeiro que leva na bala a agressão assertiva.Foi difícil logo nos primeiros momentos a divisão de tarefas e a compreensão das mesmas por diferentes animais que comummente se agridem também e caçam. Mas o momento era para a grande ordem de sobrevivência, e todos teriam um grande papel a desempenhar, essencialmente pelos mais pequeninos acabados de nascer que ainda precisavam de aprender os primeiros passos com suas mães, como as perdizes que tão atraiçoadas são mal nascem. Fortes de fôlegos e distantes das imprecisões escavaram e fizeram altas pontes ajudados pelas aranhas. Protegidos com as mais laboriosas artimanhas, entre casulos, arcos e dissimulações fantásticas e camufladas, ao início da manhã seguinte tudo apresentava a calma dos templos abandonados. A série de espécies tinha conseguido dado um exemplo brilhante num dia que até acordou estremunhado de lágrimas e humús.

domingo, 29 de agosto de 2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Inocencia dos animais perante o Homem


Outros animais, quadrúpedes de maior porte começaram a chegar pelo circuito das estórias contadas. Ainda ninguém tinha reparado na sábia aranha que também tinha desenhado a sua teia igual a um CD, e era muito bela como uma zebra, apenas não gostava que ninguém lhe tocasse, por isso colocou-se num tronco mais alto interessada em ouvir tudo embora tremelicasse com o bombardear dos tiros das espingardas e tivesse sempre de ficar atenta e cautelosa para não destruírem a sua magnifica obra. Todos estavam agora a necessitar de mais espaço e pensamento para consegui-lo. E sobretudo muito instinto e sensação.
As garças sempre se ajeitaram sobre os lombos dos bois e o risco destes não tinha sido neste, mas em outros momentos mais cruéis e em desvantagem de poderes. A noite acalmou os caçadores que preferem caçar durante a alvorada, enquanto os animais nem tempo têm de se espreguiçar. Era pois pouco o tempo de combinarem uma estratégia bem assente em lógicas.
(continua)...




No vale algo se passava



Por causa da água que corre muitos são os animais que lá vão beber sequiosos. A traição do homem é grande e sabe encurralar.
Chegou do mar uma libelinha e uma gaivota dando avisos para que conseguissem continuar ali abrigados. Gaivotas, os homens não gostam da sua carne de mar e libelinhas servem apenas de helicópteros para alguns viajantes amigos. Por isso combinaram passar ali mais uma noite aconchegados entre diferentes tons e sons.
Cabia aos seres alados, voarem e verem do alto como ia do desentendimento das balas certeiras e até onde podia ir a agressão...
Adormeceram descansados pelos novos amigos encontrados que naquela noite tiveram sonhos mais lindos e com menos medos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

terça-feira, 24 de agosto de 2010

estórias de cães





Era uma vez um cão que por ser abandonado vivia feliz a sua vida por onde queria. Contudo tinha à volta do seu pescoço um colar fininho e imperceptível, semelhante à linha do horizonte quando o sol se põe e há nevoeiro e a sua luz insiste num brilho leve e prateado que divide os sinais do éter e da água. Se alguém se aproximasse para o tocar por afecto ele permitia primeiro com alguma desconfiança, mas depois de atravessada a ponte proxémica da empatia ele devolvia uma estória contada no fio enrolado no seu pescoço de cão.
O tempo da caça começou mas ele nunca tinha sabido nada a esse respeito e nem sequer se assustou quando viu os homens com armas e vestidos para matar. Era robusto, mas muito novo e nunca tinha estado preso a correntes nem a casas. O ruído insano dos disparos assustaram-no e tentou esconder-se entre as pedras dos muros.
Desse lugar viu bandos de pássaros foragidos e sem rotas. Tentou ouvir uma das suas estórias mais leves, mas o estrilho das balas pareciam-lhe bombas ensurdecedoras que não permitiam ouvir nada mais. O histerismo mais ligado ao feminino estava agora degradado nos agudos assobios dos homens em grupos semelhantes a Idades Antigas. De repente sentiu algo de quente e macio junto ao preto do seu pêlo. E com coração pequenino e ofegante em batidas aceleradas. Pressentiu-lhe o medo e o horror e abriu da sua coleira, para aquela figurinha de coelho uma pequena estória do mar. Mais insistentes ruídos brutais contínuaram sem espaço, nem intervalo e esvoaçando outra pequena ave aconchegou-se a outra estória por desbravar. Era uma rôla de colar castanho escuro. Tiveram de se esconder rápidamente debaixo de uma moita, rente ao muro coberta de silvas e amoras silvestres. O cão perguntou à rôla se ela também tinha histórias no seu colar, mas ela não sabia que tinha um tão belo fio envolto. Miraram-se todos e repararam como eram diferentes. Sensações epidérmicas conquistaram outros espaços de olfactos. Pelos ritmos acelerados dos dois últimos animais, os cheiros misturavam-se entre os líquens das velhas pedras as folhas das amoras e também do solo e da paz do cão com a coleira das estórias. O mar estava perto se fossem pelo rio abaixo...poderiam apanhar uma embarcação. (contínua)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Uma Casa à procura







O que há a procurar na casa? Depois do tecto e do chão? Elementos essênciais ao piso do pisar com os pés, o sentir o conforto, a côr, textura e forma? Ir às colmeia do mar ou da terra. Observar a profusão matemática dos orifícios hexagonais. O divertimento científico e exacto da sua concepção.Vermos e respirarmos a fortaleza e som da paisagem. Onde nasce e se põe o Sol.Onde está o Norte e o Sul.
Os alimentos que poderemos produzir, com o género de solo que temos.Os arcos que nos abrigam em favorecimento, ou desfavorecimento. Se a abóbora se irá transformar em princípe ou bruxa? Se as mobílias servem as loiças e se a loiça nos serve? Que vida será a nossa se não fôr apenas tristeza? Insegurança cinzenta de um subsolo não sentido?








Renate Müller - R 20th Century Design




Renate Müller - R 20th Century Design

Hugo França: The Story Of The Tree - The Design blog

Hugo França: The Story Of The Tree - The Design blog

sábado, 7 de agosto de 2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

YouTube - Zaha Hadid

YouTube - Zaha Hadid

Sim, ela é um monumental Ícone da Arquitectura, ainda bem que a viste. Apenas conheço os seus trabalhos discutidos e saboreados e pequenos filmes mostrados pelos mestres.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

The Death of Chatterton (Excerpts)Música


Pintor melancólico do Romantismo nasceu em 1830 e morreu em 1916.
A sua Obra encontra-se agora na Tate Gallery.

Tate Britain| Future Exhibitions | Romantics

Tate Britain| Future Exhibitions | Romantics

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Eventos

Eventos

Lugares

Lugares

Micenas


Micenas foi uma cidadela construída 2.000 anos a.C. no Sul da Grécia. Hábeis e inconscientes mãos de infância retomam a mesma forma dessa cidade que fortaleceu todo o arquipélago grego com súbtis poderes e sábias ideologias. Agámenon foi um dos seus ídolos e a sua máscara fúnebre em ouro tornou-se património indissolúvel. Dizem que as crianças não sabem o que fazem, mas quase que me atreveria a dizer que sabem muito mais do que os adultos pensam que elas ignoram. Apenas têm uma inocente e sábia intuição. No dia em que contemplava silenciosamente esta edificação pensava na poética do espaço e em como passados 4 mil e 10 anos isto aconteçe com tanta força e representação...




domingo, 1 de agosto de 2010

xadrez, e o preto no branco que nunca existiu...




As figuras do xadrez representaram durante toda a minha vida uma doce viagem. Vim a saber que pertencem a uma era a.C. e o seu início aconteceu no Egípto. Também já li que o jogo seria Persa ou Indiano o que para nós hoje é bom saber; tenha vindo de onde viesse. Muito a propósito do bom e do mau gosto de que falei sobre a casa queria explicar os sentimentos e teorias sobre tal.
Tudo é uma questão de contraste e penso na infancia quando prometíamos a nós mesmos não pisar as pedras pretas, ou «agora, não posso pisar as brancas, senão qualquer desejo não se cumpriria...» Viagens pelo inconsciente numa divina esperança de fé. Sensações por nós criadas num mágico silêncio de superstições fundamentadas em arquétipos do colectivo; suporte de pequenas vivências onde há uma fronteira, ponte, ou caminho barrado para passar e ultrapassar. Foi nesse silêncio que amei a rainha preta, a branca, o rei, o cavalo, a torre, o bispo, e os peões, todos com os seus opostos contrastantes, naquele tabuleiro onde em qualquer momento inesperado e súbito, se dizia:- "xeque-mate". Momento de desmoronamento do vencido que normalmente gostava da desforra. As peças do xadrez, na minha casa eram de madeira lisa e macia do manuseamento e consideração elegante no seu apêgo ao "pinçá-las" entre o indicador e o polegar. Esses são os gestos que aprecio ainda agora. O apêgo ao pegar de qualquer objecto. E talvez daí nasça o respeito por desejar ter uma casa mesmo feia para conseguir sair dela com delicadeza batendo devagar a porta, que já custa a fechar.