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terça-feira, 23 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

YouTube - Lamento di Tristano - Millenarium

YouTube - Lamento di Tristano - Millenarium

as casas acontecidas



Esta era a casa, estes eram os lugares,
Estas foram as árvores e os campos que o inferno degolou. Um paraíso de imaginários. Daqueles que hoje se anunciam em livros de pedagogia e não se praticam em quase lado nenhum.
Na casa das luzes acesas compravam-se tachos e panelas com brilhos iguais às luzes que de lá se se apercebem. Outros são os sons, os exercícios da palavra e os dicionários de letras.
Acabou-se a eternidade que mesmo com a morte nos espreitava. A destruição é raínha com o seu exército de fantasmagóricas mudanças desordenadas. O rei é o leão; e, o resto o pasmo, a indiferença dos que têm de ver programas na televisão porque é o que há.
Fantásticos programas sobre a pobreza e miséria alheia.
O brilho das panelas, púcaros e tachos e outros objectos reluzentes paralelos aos dicionários sonantes finaram.
Jamais será preciso subir aquelas escadas da arquitectura d'ouro na medida exacta para não cansar. Campos a mais campos a menos, quem tem casinhas no campo que as proteja. O sol quando nasçe não é para todos, nenhum padre disse nunca na igreja. Não haveria necessidade de dizê-lo. A verdade está bem à vista. Dragoeiro para cá dragoeiro para lá meu maior chapéu de sol d' infância. Palácios e sonhos à volta. Escritas em cada folha daquela árvore...
Fotografias captadas por mim no dia 4 de Novembro às 18H de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Papa peregrino na Catedral de Santiago

Papa peregrino na Catedral de Santiago
Como deverá ter sido difícil para todos os intervenientes cumprir estes papéis...
Cada um o seu: O papa a abraçar o Tiago, figura votiva altamente robusta.
As suas irmãs a baterem palmas no templo.
E os repórteres, ainda me pergunto como conseguiram fazer tanto filme?
Coisas do sagrado, ou do profano?

O Rei Leão

«O leão, o rei dos leões»- diz quase como uma ironia no painel de zinco destruído. Terá sido realmente destruído pelo rei dos animais!? Ou há um rei muito mais rei e violento do que o dos leões. Que rasto é este que me pareceu ensanguentado? Sei que o fim da tarde estava no seu auge.
Brinquei aqui na forma mais pueril e inocente, mesmo perto dos sardões, das cobras fininhas e dos lagartos. Tinha acesso livre a este palácio com uma enorme cozinha de azulejos azul no branco, que nem quero saber dos seus desígnios. Aqui, neste lugar, debaixo do dragoeiro, acontecia o tempo passar devagar, mesmo com os medos do poço. Na casa apalaçada como lhe queiram chamar havia apenas uma figura feminina que andava entre enormes espelhos. Era fininha e vestia sempre de preto. Uma solidão temerosa, quase parecida com a forma tubular do poço onde era proibido irmos. Esse misto de proibidos/permitidos foi sempre uma forma de aprender outras vidas de confronto. As ameias ficaram-me sempre na memória mesmo depois de ter todos os outros longe, muito longe. Uma espécie de rosa do «Pequeno Princípe», estas eram as ameias onde nasci mesmo sem ter palácio.
Eu sentia-me muito mais rica do que aquela senhora, pelo significado abrangente da minha família que até me criava a possibilidade de ali brincar e viver; enquanto que a senhora nunca saia das suas paredes de espelhos soturnos. Nunca aprendi bem se ela ia à cozinha porque nunca a vi lá. Da cozinha íamos para o pátio e jardim do dragoeiro e a grande virtude da infância é pensar que o universo é uno tangível tanto quanto o pode ser e também intangível. Ainda com a mesma ironia do placard dos leões parece-me que hoje poderíamos de novo ir para lá brincar. Mas com quê e a quê? Às habituais corridas de monstros e diabos que hoje dão de bandeja à infância? Mais tarde quando comecei a ler a Sophia de Mello Breyner criei na minha imaginação que era ela que ali tinha vivido. Havia uma semelhança, entre o que lia e o sentimento que me ocorria naquela presença imemorial. Tenho feito diversos pedidos à Junta de Freguesia, para dilatarem a Escola 45 até este espaço; voltando a cortar aquele portão que abriram para o tráfego em golfada passar por ali. Mas as crianças para adquirirem alguns direitos perdem outros. E é assim a vida. Talvez com escolas particulares existissem assinaturas e ministros para activarem estes processos. Mas vamos a ver até o palácio que nem tem nome, nem nº de obra se sabe para e de quem é e para o que é?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Défices Humanos e animais pintados

Nesta minha pintura que me saiu do pensamento e das mãos escrevi um provérbio que nem me lembro se é oriental, ou de um mundo mais a ocidente.
E que diz:

«Terás tudo o que quiseres, mas com dor. Até te habituares a não quereres nada.»
As abóboras vieram de Sintra, tal como a romã. A gata foi 'minha' e queríamos bem uma à outra. Chamava-se Migalha e era tímida e medrosa. Mal nasceu, andava um 'exército de mulheres'
atrás dela e dos seus irmãos para os eliminarem. O Manel um grande aluno meu, alto e magro que andava sempre a ver quantos pássaros estavam nos ninhos construídos nas árvores da quinta, mal soube do exercito aniquilador meteu-os todos num caixote. E era vê-lo andar com caixote e gata/mãe atrás dele. Escolhia bem as pessoas, 'medindo-as' de longe, como também os gatos sabem fazê-lo, e depois era só pô-los no colo e contar a história.
Assim nascemos nós, com profecias e desígnios perssecutores e seculares.
Ao Manel coube-lhe também um rótulo, colocado muito antes desta história.
Qualquer predicado é um risco. Um finíssimo e delicado traço riscado.
Nesta época outonal havia uma espécie de agasalho em ver a minha gata agasalhada, no conforto do enrolar-lhe qualquer cobertura. E tudo isso era inspirador e confortável, sem esquecer todos os Manéis que têm frio.
Ester , num dia de visíveis Arco-Íris.