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domingo, 1 de agosto de 2010

xadrez, e o preto no branco que nunca existiu...




As figuras do xadrez representaram durante toda a minha vida uma doce viagem. Vim a saber que pertencem a uma era a.C. e o seu início aconteceu no Egípto. Também já li que o jogo seria Persa ou Indiano o que para nós hoje é bom saber; tenha vindo de onde viesse. Muito a propósito do bom e do mau gosto de que falei sobre a casa queria explicar os sentimentos e teorias sobre tal.
Tudo é uma questão de contraste e penso na infancia quando prometíamos a nós mesmos não pisar as pedras pretas, ou «agora, não posso pisar as brancas, senão qualquer desejo não se cumpriria...» Viagens pelo inconsciente numa divina esperança de fé. Sensações por nós criadas num mágico silêncio de superstições fundamentadas em arquétipos do colectivo; suporte de pequenas vivências onde há uma fronteira, ponte, ou caminho barrado para passar e ultrapassar. Foi nesse silêncio que amei a rainha preta, a branca, o rei, o cavalo, a torre, o bispo, e os peões, todos com os seus opostos contrastantes, naquele tabuleiro onde em qualquer momento inesperado e súbito, se dizia:- "xeque-mate". Momento de desmoronamento do vencido que normalmente gostava da desforra. As peças do xadrez, na minha casa eram de madeira lisa e macia do manuseamento e consideração elegante no seu apêgo ao "pinçá-las" entre o indicador e o polegar. Esses são os gestos que aprecio ainda agora. O apêgo ao pegar de qualquer objecto. E talvez daí nasça o respeito por desejar ter uma casa mesmo feia para conseguir sair dela com delicadeza batendo devagar a porta, que já custa a fechar.

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