Dias que as mulheres trabalham a dias e a noites, dias que a Mulher não descansou nunca e pouco se divertiu. Dia da Vida das Mulheres e dos Homens, do Homem afinal. Da Mulher sempre porque pariu e gera os homens.Dia da Vida toda Inteira.
Sonhos dentro de bolhas que estoiram com o esvoaçar do vento leve que sopra devagar e/ou com mais violencia. Mitos e histórias contadas e por contar, raivas dispersas e amores sóbrios, cativantes que doem, magoam ou querem amar ainda mais. Animais feitos pinturas e pinturas realizadas animalescas, grifos e gárgulas. O Homem enfim neste planeta incógnito a querer descobrir-se através da Arte que é com o que me mais me concilio.
As viagens sempre foram para mim, uma ida ao paraíso. Fosse ele qual fosse, cheguei a tal ponto que mesmo durante o meu quotidiano de trabalho, gostava de pensar que a um quilómetro de minha casa já estava a ir para muito longe; para um universo e mundo diferentes do habitual. De facto cada dia é diferente do outro. E tanto nos espera essa circunstancia operativa com o que possa ser magnífico, como o oposto até terrífico. Assim é a vida, o espelho que traduzimos e a alma com que a impregnamos, iludimos e desiludimos. Por isso também é bom que se cante, se pinte, se escreva, toque e se passeie e viva enquanto isso nos for permitido.
De expressão da maior e mais complexa abnegação, olhamos vagarosamente esta imagem sem que ela não nos remeta igualmente à nossa recôndita e interna interrogação sobre a tragédia do mal em nós e nos outros. A ausência de misericórdia duns sobre a submissão d'outros homens? Um interrogatório infindável de palavras silenciosas, ou de grito sem complacências para quem queira gritar, orar ou perguntar-se a si mesmo e aos outros as razões da agressão na Humanidade?
Precisamos de inventar histórias para que os nossos rituais se segurem e que nós nos seguremos neles. Sejam lendas, contos apócrifos ou não apócrifos procuramos e desejamos infinitamente um recôndito modo de ser feliz. Aqui e ali, de barco, de carro, avião, a cavalo andamos todos à procura de um centro semelhante a um abraço de chegada, e por vezes a algum de despedida, quando por um acaso nos cansamos do mesmo de muito.
Gosto muito da palavra inglesa "Passover", parece-me sempre qualquer situação acima de qualquer suspeita e com dignidade. Ainda com a certeza do lugar bonito para onde se vai.

Há dias em que os desenhos vêm até nós de um outro universo qualquer. Somos escolhidos para representar imagens e nem sabemos de onde vêm essas energias; que parecem mágicas e de fortes e intensas sensações.




Dizem dos gatos que dormem muito porque têm de estar sempre muito despertos.
Comove-me tudo o que nos desaparece. A Alteralidade da Vida, os uns e os outros activos em mundos e submundos, animais vegetais e minerais. 