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segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Padre do Instituto de Santa Madalena

Um dia de Inverno apareceu um padre na alfaiataria de meu pai a perguntar se era ele o sr...e, perguntou-lhe o nome? Meu pai anuindo perguntou o que desejava?
-Preciso que o sr. me faça uma batina. Meu pai respondeu que nunca tinha feito nenhuma, mas se o sr me arranjar o modelo eu faço. À tarde apareceu o padre com o dito modelo que era muito interessante com mais de vinte botões pequenos à frente. Meu pai mirou e remirou a batina e conseguiu cortá-la com os tais poderosos e misteriosos instrumentos de trabalho. Depois de cortada embrulhou-a em rolo com uma fita do mesmo tecido preto. Chamou então uma minha tia , muito habilidosa nestas artes e disse-lhe:-toma, sem mais nem menos. Ela certa e confiante na sua sabedoria cumpriu rigorosamente até ao extremo final. Numa semana o trabalho ficou pronto.
Meu pai nunca chamou nem "irmão",nem irmãs a pessoas destas comunidades católicas. Foi com dificuldade que sempre escusei e omiti também esta norma. Considerava igualmente que os predicados que antecedem os nomes tais como sr.dr.,sr.engº,sr.arquitº,eram desiguais. Ter-se-ia de instituir também sr. sapateiro, sr. barbeiro, sr pintor, sr. carpinteiro e por aí adiante. Sempre pensei que ele era um homem justo e queria igualdade. Uma igualdade que nunca vi praticada em nenhum lugar e isto era divertido para o meu pensamento.
E gostaria de ver.

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