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domingo, 14 de março de 2010

Memoriais ao A. Escangalhado e à Iªguerra

Sim talvez o negro seja e pertença o antro escuro do carvão. Lugares estranhos e medrosos de um medo que apenas é o fogo transformado para voltar a sê-lo.Necessidades das guerras e das fomes, e ainda há os que dizem que aí eram mais felizes. A coesão do incongruente. Talvez para uns, que tinham de permanecer sossegados e, em quietude familiar. Tive um Tio, já sem o ter, que falavam muito nele porque tinha morrido gaseado, pensava-o em França em 1914 e voltava a realizar a sua morte e o meu dever de luto; também se dizia "esgazeado" e sempre pensei que ele lá tivesse enlouquecido. Quando o verdadeiro conhecimento nos aproxima das coisas, deprimimos muito. Ele mesmo já morto e eu sempre pensando que a loucura nem teria assim tão mal, quando aprendi ambas, penso na tristeza que tudo contem, como um contentor que pode ser de boas ou más coisas. O Tio Sebastião veio morrer à nossa terra com gás nos pulmões. Gás que não se podia diluir. O escangalhado nunca poderia ter ido nem estado em nenhuma guerra. A sua alma tinha a inquietação dos que têm de estar quietos sempre no mesmo lugar, como uma árvore que não dá frutos.
Memóriais a uma sabedoria indescritível a muitos homens que, como este têm uma durabilidade de (quase) cão, comem restos e vivem como respigadores, sem dores ou lamentos. Riem-se sempre e tudo e todos se aproveitam do sorriso mais ilustrado de uma virgindade puéril e doce.Homens que servem para tudo. Porque também não servem para nada. Homens perdidos e encontrados onde se quer que sempre estejam, sinceros, quietos, pontos referenciais de tempos que voltam e tornam a voltar porque é util a cadeia das Necessidades. E muito mais útil que ins estejam abaixo para ajudarem outros a subir. ester

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