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sexta-feira, 30 de julho de 2010

O elogio da fealdade












Há casas tão feias, tão feias que parecem um hino à fealdade. Pertencem a várias géneros de personalidades. Ora são abrigos, ora são situações coisificadas., ou seja, nada se entende, mas contudo têm chão e tecto: princípio básico, segundo Le Corbusier para se partir para a internalidade e o fechamento íntimo.
Existem e acontecem espantos súbitos e imediatos que não há volta a dar-lhes, pelo intocável sentido de muitas vezes não serem nossas... e, nada podermos comentar: nem na estética, nem a sua ausência. Há então o primeiro sentimento a respeitar: precisamente o comentário contido, exercício de sorriso e distância que nos deixa a subtileza abstracta da estética longínqua e a permissão de nos deixarmos escorregar pelo afecto. Nossos ímpetos primitivos de qualquer casa poder ser o que é; precisamente porque é um desejo epidérmico da cobertura de quem a quiz tal como a projectou, inventou, recriou, destruiu e remodelou no pior sentido quanto a nós comuns seres humanos como todos e iguais e diferentes por várias desenvolturas das terras, das religiões, ou suas ausências, mas toda a geografia inteira. Enfim sentimo-nos bem lá dentro, muito melhor do que pensávamos, e pior e porque queremos fugir, pelas janelas, pelas portas, pelos telhados porque há paisagens panorâmicas em 360ºde castelos, de montes recortados serenamente, de pinheiros mansos, de patos, de gaivotas e garças que voam e de mar. Sobretudo de mar e fios d'água que correm em estreitos de caniçais lá em baixo por caminhos de amoras líquens de várias formas e discretas cores.

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