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sábado, 22 de maio de 2010

Saudade

O cão era o Saudade.
Ou SAUDADE era o nome do cão do meu primo Aurélio, com quem andávamos muito. Embora neste próximo andar estivesse o longe e a distância.
Nunca consegui esquecer o Saudade.Todas as histórias que me contavam acerca de tudo acreditava, até há muito pouco tempo.
Cada um tem a sua forma de contar as verdades ,mentindo e dizendo o que quer. E não e sabe o que quer, e, mesmo sabendo corre ao sabôr do que nem queria dizer, sem saber que disse e o que não queria ter dito.O inconsciente percorre as veias de forma complexa e incógnita.
Assim, na infância a aprendizagem pode ter os mais diversos e divagantes universos sequenciais.
Tomei como princípio que o Saudade estava aqui e isso acaba por demonstrar, o que acabo de descrever. O Saudade está aqui e não está (na fotografia)devia ter ído dar uma volta, ou está junto de meu pai que nos captou a imagem.
Como é que isto é possível?! Todos nós sabemos. É como a pessoa que nos capta a imagem; é a que está mais presente e a que menos se vê. Até se ignora. Mas, se não fossem as imagens muita da História se perderia. Tal como a Iconografia está para a Pintura e a Ipigrafia para as palavras escritas nas pedras monásticas.
Um dia o Saudade desapareceu. Dias em que o meu ser, embora tendo já integrado as mortes, ainda não percebia muito bem os desaparecimentos nem as falências e processos de transposição dessas fronteiras. Disseram-me que o Saudade tinha caído pelas arribas abaixo. Fiquei toda a vida a olhar para as arribas e falésias com o Saudade a rebolar por ali abaixo e sempre com a esperança de que um animal não poderia nunca cair assim; Teria ído "de corridinha", mas acreditei. Mas também duvidei!?... De uma e outra forma aprendi logo muito melhor A Saudade...e o que nos fica e fixa a outros momentos e a outras saudades e perdas...




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