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terça-feira, 25 de maio de 2010

Quando se parte e quando se regressa

Quando partimos dos nossos lugares pouco nómadas, muito sedimentados por variadíssimas raízes penetrantes e, um dia voltamos tudo nos parece pequeno e estranhamente sóbrio e quieto. Há um crescimento em nós, quase de muitos tamanhos; físicos e mentais. Mal cabemos nas ruas e nas antigas portas de casa.
Modificam-se as dimensões internas e externas e as vozes da comum linguagem torna-se menos conhecida. Passamos a ser estrangeiros, ou emigrantes. Alguns familiares desaparecem na nossa ausência e outros nascem e ainda outros tornam-se maiores pelo seu normal desenvolvimento dan integridade do crescer. Afinal havia tios que não eram bem tios, e avós que foram emprestados. Nós não tinhamos tido conhecimento das verdadeiras guerras e ausências. As mulheres sabiam guardar segredos das doenças, das ausências e fugas. Também das chegadas e partidas, mas sempre contadas como contos e mitos. Bastava ser criança para se acreditar.

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